março 14, 2007

A CASA

Era uma velha casa plantada
Num dos verdes seios
Que antecedem a vastidão
Desse teu vale ventral.
Outrora, nela habitou
A minha vontade de ficar
Preso às raízes da árvore
Que a degusta e consome
num vazio quase eterno,
E então completar-me
permanecendo intemporal
na cinzenta ignorância das cinzas.

Mário Lisboa Duarte


expressão visual por Frederico Fonseca

4 comentários:

Maria P. disse...

A Casa de Maio descobriu hoje este espaço. Parabéns!

icendul disse...

as cinzas escondem uma totalidade que se consumiu, mas quando a partir delas se busca uma forma inteira, nalgum momento há-de a fénix ser audível*

Gonçalo Veiga disse...

Bem-vindo D. É bom ter-te de volta aqui. :)

Temos que combinar qualquer coisa um dia destes com o Pedro!

Ana Cristina Leonardo disse...

Belíssimas fotografias! E eu odeio pontos de exclamação.