outubro 23, 2007
OCASIÃO
expressão visual por Frederico Fonseca
Ultimamente
guardo pessoas como ficheiros
Mesmo aquelas último modelo
Que podem fazer a diferença
Vão passando no ecran mágico
Em zapping e contrazapping
Numa sucessão de factos irrelevantes
E de botões expresso pendentes
Na medida e no motivo que me são
No registo de verdades ocasionais
Com capacidade limitada
Sucedem-se títulos armazenados
Rostos mnemónicos, sem rosto
Na inevitabilidade da substituição
- Em Novembro
Tudo se torna mais morto
E no dia de finados
Apagarei toda uma geração
Definitivamente -
Entes que se identificam
Por identidades comuns
Na total apreensão de todo o mundo
Salvam e ressalvam versões de si próprios
Gerando ignóbeis ficheiros compactados
Portáteis, descartáveis, dia-a-dia após dia
Unidades, não as há, nunca as houve
E na urgência da informação
Com os anos-luz cada vez menos luz
Com o peso das rodas dentadas e do pó das estrelas
Dizem que se vão sucedendo
Procriando, de preferência
Nos Domingos e Feriados
Objectos aos milhões
Mário Lisboa Duarte
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
"Gerando ignóbeis ficheiros compactados
Portáteis, descartáveis, dia-a-dia após dia"
Pois, pá...
bjs,
sara
Cá dentro tudo se guarda em ficheiros.
Enviar um comentário