setembro 23, 2006
PALAVRAS
expressão visual por Frederico Fonseca
Pegar nas palavras
E brincá-las,
Moldá-las,
Ateá-las como pequenas faúlhas
A crescer na lava incandescente;
Expelir de minha boca
Pedaços de tudo o que quis
De tudo o que fiz,
De tudo o que deixei para trás.
Ferida que arde resplandescente
A minha boca fechada
NUNCA MAIS!
E rastejar
E arrastar-me
Até o sol nascer.
mário lisboa duarte
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3 comentários:
olhar devagar para a palavra solar, sem que ela agrida com a claridade do seu feixe.
não deixar de a espreitar e de a buscar, até que não seja preciso coar o seu jacto lúcio
e se possam descerrar os dedos
que protegem a janela dos olhos, até que a busca já não ofusque.
Um poema lindo.
Atear as palavras é uma metáfora lindíssima. Já vi que temos aqui um caso sério de piromania poética... Gostei muito de ler estas palavras em fogo.
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