junho 18, 2007

CAIS

Oh Leonor
Se sonhasses a falta que me faz teu ser poema
Perfume fresca flor em ode pura
Sorriso embriagado em canção
Fontes pretexto devaneio sem fim
Ignorância feliz coroa de lírios colhidos
Na margem do rio que te lava a essência

Mas Leonor
Somos o que somos
A urgência do minuto
Está na hora
A noite é curta
Volta para casa Leonor
Deita-te junto a mim

Agora

Não te prometo promontório
Quanto muito ancoradouro.

Mário Lisboa Duarte



expressão visual por Frederico Fonseca

5 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pelo projecto.

Cöllybry disse...

E cais onde aportar...

Bela poesia,

Meu doce beijo

Margarida disse...

Ser ancoradouro é uma das melhores promessas. Até porque é dos outros que partimos - quase sempre para nós.

Dinis Lapa disse...

“Sigamos pela vida, Leonor”

Sigamos a mesma religião, Leonor
saltemos obstáculos
de mãos entrelaçadas
partilhemos palavras
surdas
matemos as angústias
do coração
acreditemos em fadas
falemos com mudos
inventemos palavras
e tudo

Que a gente contemple toda a música, Leonor
cantemos com o mundo ao fundo
esqueçamos o tempo, joguemos xadrez
e que num último mergulho
morramos com altivez
por segundos

O que faremos não sei.
Nem sei se vais cá estar, Leonor
E se estiveres e eu não?


Ouçamos elogios esqueçamos conceitos
Molhemos os rios até criar leitos

O que faremos não sei, Leonor
Nem sei se vou cá estar
E se estiver e tu não?

Lucas Madrugada

Paula Raposo disse...

Gostei!